A cada dia que passa mais pessoas se conscientizam da importância de se viver em um planeta mais sustentável, tomando atitudes e mudando hábitos para que isso aconteça. E você, o que acha sobre este assunto tão comentado nos dias atuais?
Assim, iniciou-se o projeto do Ecocalçado, lançado em escala industrial com as empresas Divalesi, Paulina e Ricarelly. A iniciativa foi apresentada durante a 10ª Conferência da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) (veja na página ao lado). Para os pesquisadores era preciso ir além da preocupação com os resíduos. Alterar o ciclo de produção do calçado, buscando matérias-primas mais adequadas, foi a aposta.
Ancorado em padrões internacionais de qualidade, o Ecocalçado segue a Decisión de La Comisión – que, em 2002, fixou critérios para a produção dos sapatos ecológicos na União Europeia. As normas ISO 14000, voltadas para a qualidade ambiental, também estabelecem a eliminação dos resíduos da classe 1 – considerados tóxicos, corrosivos e perigosos ao homem e ao ambiente – e a troca de substâncias tidas como restritivas por outras com eficiência equivalente. Metais pesados como o cromo, responsável por grande parte do processo de curtição do couro, e outros como chumbo e ácido sulfúrico foram substituídos por compostos de origem vegetal, que estão na classe 2, de menor impacto. Química e doutora em Engenharia de Materiais pela UFRGS, Carmen afirma que a eliminação de substâncias da classe 1 é fundamental para que haja o controle do ciclo de vida do calçado.
O desafio enfrentado pelos pesquisadores, portanto, foi buscar alternativas para o couro e a borracha usados na produção dos sapatos. As substâncias restritivas são, em sua maioria, responsáveis pela pigmentação e, consequentemente, pela possibilidade de uma extensa cartela de cores. Além disso, a nova tecnologia deveria prever uma produção em escala industrial.
Após dois anos fazendo e refazendo testes, os pesquisadores do Centro Tecnológico do Calçado criaram laços com uma rede alternativa de fornecedores e, junto a industriais da região, apresentaram uma alternativa para aqueles que se preocupam não só com o lugar onde pisam, mas com o quê pisam nele.
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